Pirão-da-birmânia (Python molduras bivittatus) albina |
Ao visitar o Reptilário no Jardim Zoológico terá a oportunidade de conhecer algumas das maiores serpentes do mundo, como a Pitão-reticulado (Python reticulados) ou a Pitão-da-birmânia (Python molduras bivittatus). São espécies constritoras, ou seja, enrolam-se à volta das presas e matam-nas por asfixia.
Ocorrem naturalmente no continente asiático, em florestas tropicais, junto a rios. Com o aumento da procura de animais exóticos para animais de companhia é cada vez mais frequente a existência de pitão-da-birmânia em casas particulares. A libertação voluntária ou involuntária destes animais iniciou um processo de invasão do sul da Flórida (Estados Unidos), com todos os prejuízos económicos e ambientais que estas invasões implicam.
A atual área de distribuição da
espécie introduzida inclui o Parque Nacional Everglades, habitat de numerosas
espécies raras ou ameaçadas. Sendo a única área da América do Norte com
floresta tropical parece ter as condições ideais para o desenvolvimento da
pitão-da-birmânia.
Há uma centena de anos que se
desconfia que esta serpente exista no parque mas nos últimos anos têm tido um
impacto cada vez maior, predando uma série de mamíferos e aves e, por vezes,
até mesmo aligátores-do-mississipi, competindo de forma aguerrida com os predadores
nativos. Cientistas documentaram, por exemplo, que entre 2003 e 2011 as
contagens de guaxinins diminuíram 99,3% e não conseguiram detetar coelhos.
Os cientistas do parque e os seus
parceiros têm desenvolvido uma grande quantidade de estudos científicos com o
objetivo de caracterizar melhor a espécie e o seu comportamento, assim como
definir os potenciais métodos de controlo. Desde 2002 que já se recolheram
mais de 1800 indivíduos de pitão-da-birmânia que, provavelmente representarão
apenas uma pequena parcela da população total.
As medidas de controlo pretendem
evitar novas invasões e gerir as existentes, bem como educar as populações, por
um lado para que não libertem mais animais, e por outro para que lancem alertas
sempre que os avistem em ambiente natural.
As espécies invasoras ameaçam a
biodiversidade e o equilíbrio do ecossistema, alterando o habitat e a estrutura
trófica, podendo levar à extinção das espécies nativas.