Evolução dos Ursos – Parte 1: A origem dos ursídeos


A família dos ursos (Ursidae) é relativamente recente, surgiu à cerca de 20-25 milhões de anos (Ma), no início do Mioceno, partilhando um ancestral comum com a família dos cães (Canidae).
O género Cephalogale (do tamanho de um guaxinim) partilhava características com os canídeos e com os ursídeos, e estava principalmente distribuído na Eurásia. Deste género divergiram a subfamília  Hemicyoninae e o género Ursavus (para alguns autores, os primeiros verdadeiros ursos).
Os animais da subfamília Hemicyoninae, atualmente todos extintos, eram digitígrados ao contrário dos ursídeos hoje existentes (plantígrados). Para além disso, eram quase exclusivamente carnívoros enquanto que os atuais ursídeos, à semelhança do que aconteceu durante a evolução do género Cephalogale, têm uma forte componente vegetariana (exceção para o urso-polar).
Pensa-se que o género Ursavus (do tamanho de uma raposa) tenha dado origem às subfamílias dentro da família Ursidae. Dentro da subfamília a que pertenciam os Ursavus - Agriotheriinae - surgiram os géneros Indarctos, com um dieta mais herbívora, e Agriotherium, com uma dieta mais carnívora, ambos com tamanhos superiores aos dos elementos do género Ursavus, e com uma distribuição geográfica mais generalizada no hemisfério norte. A subfamília Agriotheriinae pode ter-se extinto devido à competição com outros elementos da subfamília Ursinae ou, mais provavelmente, pela elevada competição com outros grandes mamíferos carnívoros no início do Plioceno.