Agosto é, para muitos portugueses, o “mês das férias”. Para
mim é apenas mais uma boa altura para ter comportamentos “amigos” do ambiente
que nos rodeia. Para ti também pode ser, quer estejas a começar a praticá-los,
quer seja para não te esqueceres deles, porque as coisas boas não tiram férias.
Quando planeias as tuas férias (porque fazer um plano é o
primeiro passo para um comportamento sustentável) defines quem te acompanhará.
Familiares? Amigos?
E os teus animais de estimação? O ideal era que os pudesses
levar contigo. Mas se não queres alterar os seus hábitos ou se eles não se dão
bem com viagens, podes pedir a alguém da tua confiança que tome conta deles
durante uns dias. Espero que não te passe pela cabeça abandoná-los à sua sorte,
seja na rua, seja em casa. Mesmo ficando com comida suficiente para a tua
ausência, a água deve ser renovada todos os dias.
De seguida é preciso escolher o destino. Se passas mais
férias no estrangeiro do que no teu país, esta pode ser uma boa altura para
inverteres essa situação. Se já conheces os quatro cantos de Portugal, já sabes
que vale a pena continuar a explorar este país tão pequeno mas tão rico. Seja
qual for a tua escolha o mais importante durante todo o teu período de férias é
que apoies a economia local.
Portanto garante que o alojamento ou o operador turístico
que escolheres defende um turismo sustentável, ou seja, que contrata
trabalhadores locais e lhes dá as devidas condições de trabalho, que aposta no
comércio e serviços locais, que valoriza o património natural e edificado, que
pratica ações de salvaguarda da biodiversidade e do ambiente, demonstra as suas
boas práticas e sensibiliza os turistas para o fazerem também.
Se já sabes para onde vais, tens de decidir como lá chegar.
Evita, sempre que possível, utilizar os transportes que implicam os maiores
consumos, como o avião ou a viatura própria. Prefere as viagens de autocarro ou
de comboio, podes descansar e aproveitar a paisagem, e quando chegares ao
destino podes fazer caminhadas ou utilizar bicicletas.
Quando fizeres a mala leva tudo o que possas precisar, para
isso consulta informação específica sobre o teu destino, mas não leves mais do
que precisas. Bagagens com excesso de peso implicam sempre um gasto acrescido:
ou tens de pagar a mais para as transportar ou gastas a energia das férias a
arrastá-las de um lado para o outro. Uma bagagem com algum espaço vazio
permite-te ter onde encaixar as lembranças que comprares.
Para as lembranças e outras compras que possas fazer,
aproveita o comércio local. Para além de poderes conviver com as comunidades
locais e aprenderes os seus costumes e regras, levarás presentes originais e
poderás contribuir para a economia local. Não deixes tudo para o último dia,
senão acabas por comprar um monte de presentes despersonalizados e mais caros,
numa loja qualquer do aeroporto ou do terminal rodoviário. Mas não aceites tudo
o que te tentem vender como local. Garante que nada do que compras tem efeitos
negativos na vida selvagem ou nos seus habitats, ou seja, evita provar carne de
animais em extinção, trazer um animal exótico para casa, comprar um móvel feito
de madeira tropical ou cair na tentação das peças de decoração feitas de partes
de animais.
Independentemente do alojamento que escolhas, faz como em
tua casa, toma duches rápidos, desliga a água quando não precisas dela, desliga
a luz ou a TV se não estás a usar, não compres mais comida do que aquela que
consegues comer, não troques as toalhas e os lençóis se não estiverem sujos.
E antes de saíres de casa para estas férias fantásticas
garante que deixaste todos os aparelhos desligados (não deixes nada em standby),
que fechaste a água e o gás, e que deixaste a tua casa em segurança. Se tiveres
possibilidade pede a alguém que vá lá durante as tuas férias só para garantir
que está tudo em ordem.
Diverte-te e boas férias!